Porque humanização é o caminho para descobrir talentos

Sensorama Design
7 min readJul 15, 2022

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Estratégias para recrutamento, seleção e contratação na área de design

por Carla Haydée Leone Quaresma, Head de People & Culture do time da Sensorama Design

Processos demorados. Mil documentos para preencher. Pagamentos cada vez mais diversos. Sabatina nas entrevistas. Conversas automatizadas. Sentimento de ser apenas um número. Esses são só alguns dos cenários que as pessoas nos trazem nas conversas que temos no momento do recrutamento e seleção na Sensorama.

Somos uma empresa de experiência. Vendemos para o cliente a resolução de problemas, com desafios que envolvem estratégia, inovação, pesquisa e tudo mais que for preciso em relação serviços e produtos para projetos B2B e B2C a fim de melhorar a experiência das pessoas.

Não importa se essa pessoa é a própria stakeholder do projeto, quaisquer outras áreas da empresa, cliente final (usuária de algum produto ou serviço do cliente), dentre outras possibilidades. Somos parceiros estratégicos dos nossos clientes e das pessoas que envolvem todo o ecossistema do que precisa ser feito.

O que tudo isso significa? Que não podemos ser uma empresa que promove a melhora na vida das pessoas para fora e não pensarmos nisso internamente. A humanização dos processos precisa considerar e enfatizar a experiência dos candidatos.

Como resultado, além de atrairmos mais a atenção de talentos, reforçamos o employee experience e employer branding da Sensorama. O que nos torna não somente parceiros estratégicos dos clientes, mas também de todas as pessoas que convivem com a Sensorama diretamente.

Mas o que pode ter de mais especial em algo tão básico como o processo de recrutamento e a seleção nas empresas?

Não é novidade que no recrutamento e na seleção de pessoas tenhamos que ter mil formas ativas de buscar novos talentos. Sejam grupos de aplicativos, redes sociais, anúncios focados em cursos e eventos, temos que fazer uma rede de relacionamentos ampla e conhecer melhor as pessoas e o mercado. Também não é algo novo que deve existir uma forma passiva de receber candidatos caso eles busquem a empresa ativamente.

No nosso caso, além das buscas ativas, temos um breve questionário para captar e entender dados básicos das pessoas como suas informações de contato, quais os objetivos principais de carreira e até mesmo o que ela pensa da diversidade nas empresas. Essa última questão é uma das que usamos para alinhar os valores do candidato com os da Sensorama. Buscamos sempre ser uma empresa com perfis plurais, sendo profissionais multidisciplinares, multiculturais e diversos em amplos aspectos.

Até ai não parece ter nenhuma novidade. É um formulário que a pessoa interessada em trabalhar com a gente precisa preencher, mas é a única etapa do processo em que isso acontece. Ou seja, não trabalhamos com testes intermináveis e outros documentos para preencher mesmo antes que tenha a oportunidade de conversar com “pessoas humanas”.

Capa do formulário que enviamos às pessoas interessadas em trabalhar na Sensorama

Primeiro contato: alguns pontos importantes antes de aprofundar as conversas

Voltando um passo atrás, um ponto muito importante antes disso tudo é entender a necessidade da empresa. Qual é de fato o perfil que precisamos? Como equilibrar o time com expertises diferentes para que as pessoas consigam trocar mais conhecimento? Quais são as habilidades principais que essa pessoa precisa ter? O que ela tem de diferencial que pode ajudar o time?

Podemos ter pessoas em início de carreira, mas também precisamos de pessoas com mais repertório para guiar os processos. Aliás, esse é um princípio básico e um valor da Sensorama: somos um time. Priorizamos a colaboração sempre. Então nada melhor que compor um time com pessoas diversas e complementares.

Visto isso, passamos para a etapa que é tecnicamente uma triagem mas que simplesmente chamamos de “primeiro contato”. Com uma conversa inicial humanizada, entendemos melhor o perfil dessa pessoa. Independente se ela veio até nós e se candidatou ou se fomos buscá-la ativamente, queremos entender qual o seu momento de vida e de carreira. Será que ela topa o desafio que temos proposto como empresa? Será que ela gosta do estilo do nosso trabalho? Entre várias questões que conseguimos entender a partir de um papo breve e amistoso.

Tão importante quanto escolhermos a pessoa, é ela nos escolher

Passado o primeiro contato e com as expectativas alinhadas, nós queremos entender de forma mais profunda se a pessoa realmente tem interesse na Sensorama e quer estar com a gente.

Enviamos então, um material falando sobre nós. É quase que uma forma de dizer: “olha onde você estaria se metendo caso entrasse para o time”. Com apenas algumas conversas é difícil passar todas as informações que podem ser cruciais para que a pessoa se sinta confortável a ir para uma empresa.

Alguns dos slides que estão no material que enviamos às pessoas que têm interesse em trabalhar conosco

Assim como nós queremos conhecer a pessoa, queremos que ela também nos conheça para tomar sua decisão.

Nesse material contamos um pouco da história da Sensorama, pensamento futuro, principais valores, pessoas que compõem os times de projetos, o que fazemos, nosso framework básico de trabalho, alguns rituais e rotinas do dia a dia da cultura Sensorama e alguns que fazemos com os clientes, as ferramentas que utilizamos no dia a dia e muitas outras coisas que já dão uma base e ampla visão de como pode ser trabalhar na Sensorama.

A partir disso, acreditamos que a pessoa já consegue entender se a Sensorama faz sentido para o seu momento. E nós entendemos quem realmente se encanta com o que temos a oferecer. Com isso sempre priorizamos o ganha-ganha na empresa e o sentimento — mesmo que embrionário — de parceria.

Entrevista não: um diálogo descontraído e amigável

Passamos então para o que chamamos de bate-papo (e não entrevista). De cara mostramos e queremos explicar para as pessoas que é uma troca. Ou seja, não é uma sabatina para saber se o “candidato serve para a empresa”. Mas sim uma conversa para entendermos se a empresa também serve para o candidato. Tiramos todas as dúvidas e curiosidades. Não temos perguntas “chavão” e cada conversa é uma conversa diferente e direcionada com base no diálogo.

Um ponto batido mas que vale salientar: é importante que as pessoas que fazem recrutamento e seleção realmente entendam da área em questão. Ou seja, saibam do contexto do dia a dia de trabalho e consigam sanar todas as dúvidas das pessoas. Em todas as conversas trabalhamos com pessoas aptas e com conhecimento do dia a dia de trabalho.

Podemos ter diversos bate-papos. Um que envolve as intenções do candidato e da empresa, entendendo também se há um fit cultural. Na mesma podemos falar da parte técnica, ou marcamos outra conversa com outra pessoa da empresa para se aprofundar em algum tema específico. Personalizamos o processo de acordo com as necessidades da pessoa e da Sensorama.

Personalizamos o processo de acordo com as necessidades da pessoa e da Sensorama

Se tudo der certo, finalizamos com o processo de contratação

Conforme os bate-papos vão sendo feitos, vamos entendendo qual perfil melhor adere ao time interno para trazer a multidisciplinaridade e a pluralidade que já comentamos aqui. Independente se o processo for breve ou longo, sempre enviamos feedback ao final. Mostramos o motivo pelo qual naquele momento não seguimos no processo. A quem nos pede alguma orientação a mais, sempre nos aprofundamos no tema.

Independente do que acontece nos bate-papos com os candidatos, é possível que nós da Sensorama já passemos para essa pessoa alguma coisa que lhe pareceu interessante em meio às conversas: pode ser uma lista de podcasts se a pessoa gostar de se instruir dessa forma, cursos gratuitos de mercado caso a pessoa ainda seja iniciante na área, ou outros materiais que possam ser do interesse dessa pessoa. Dessa forma, disseminamos mais ainda a cultura de design, UX e afins para as pessoas.

Caso depois de todas as conversas a gente veja um alinhamento e se a pessoa escolher trabalhar em parceria com a gente, é feita uma proposta financeira condizente com seu papel na Sensorama.

Somente aí é que temos uma parte mais burocrática. Enviamos todos os combinados por e-mail, para que a pessoa possa se sentir mais segura de que vai efetivamente trabalhar com a gente. Isso inclui quantas horas irão ser disponibilizadas, algumas informações iniciais como data de entrada, um café virtual de boas-vindas com os outros integrantes da empresa, entre outros.

Além disso, consegue já nesse momento matar algumas curiosidades sobre as pessoas com quem irão conviver no dia a dia com informações diversas, tornando essa entrada mais leve e divertida.

Esse processo nunca termina e não é linear

Esse é um processo com ciclo sem fim. Pode haver o crescimento da empresa nas áreas já trabalhadas, a abertura de outras áreas dentro da própria empresa. Podemos ter pessoas saindo da empresa por estarem em um momento diferente na vida ou querendo adquirir outras experiências, portanto, todo esse processo não é linear e nem engessado.

Entretanto, as pessoas não são “substituídas” nos papéis que desempenhavam. Contratamos os candidatos como indivíduos, respeitando suas particularidades. Entendemos que não é possível uma pessoa entrar no lugar de outra integralmente e um dos maiores pontos da Sensorama é termos toda essa pluralidade.

Não queremos que as pessoas façam exatamente o que as outras pessoas estão fazendo na empresa. Queremos potencializar o talento de cada um, para que façam o melhor que podem com seus repertórios, trazendo conhecimentos autorais para cooperação entre as pessoas. Para nós, não há nada mais humano do que isso. Por isso, fazemos questão que o nosso processo seja humanizado de ponta a ponta.

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We are a UX Design & Service Design team who wants to make business human again. We are inspired by people.

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